E então que eu despertei daqele sono profundo, daqueles dias sem cor, trinquei a camada de gelo, sai da casca, meti as caras, dei bandeira sem sequer me questionar se era a coisa certa a fazer. Quando dei por mim já estava entrelaçada nos seus fios, bebendo o frescor das suas manhãs, encenando o seu enredo, passeando no seu mundo, gargalhando da minha sorte quase irônica diante da escassez dos seus defeitos.
Quando dei por mim, já tinha chegado a primavera, mesmo ainda não sendo época, já te permitia adentrar nos meus espaços mais secretos, já revelava o amor que eu havia decidido esconder do mundo, já te concedia apalpar tudo de bonito que eu guardei mas achava que ninguém seria digno de receber.
Quando dei por mim, você encaixou-se perfeitamente como a última peça do quebra-cabeças complicado que se tornou minha vida, você decifrou o mapa que mostrava a saída do labirinto e riu das minhas bobagens e me chamou de menina e se comoveu com a minha dor e me fez entender, enfim, que não mentiram pra mim quando disseram que o melhor estava por vir.
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